O porco tem sido discriminado em épocas de gripe suína. Isso é uma grande bobagem, já que não é possível a transmissão da gripe A através do seu consumo. Aproveitando o ensejo, trago a primeira receita com porco do blog. Ela é excepcional. Minha amiga Denise me apresentou à receita. Sei que a mãe dela, Dna. Mariza, costuma fazer muito esse prato e é a referência mais distante que tenho da origem da receita.
O prato é muito simples de ser preparado. Até mesmo quem nunca se aventurou na cozinha pode experimentar. Talvez o procedimento mais difícil seja derreter a manteiga. Tá bem, exagerei. Mas fica a dica de colocar alguns minutos no microondas e tá feito 😉
Além da gripe, o porco vem sofrendo muita restrição há diversos anos. Para ilustrar, cito o judaísmo, que define um conjunto de leis alimentares chamadas de Cashrut, e prega a ingestão apenas de alimentos próprios para o consumo ou kosher. Os demais alimentos, como por exemplo a carne de porco, o camarão e a lagosta, são considerados impróprios, ou treif.
Existem diversos mitos que cercam a carne de porco: que ela é mais “pesada” que a carne de rês, que faz mal a saúde, que causa doenças, que é muito gorda, que causa alergia, etc. Talvez a única verdade é o fato de que se a carne de porco é mal cozida pode transmitir parasitas. Isso pode ocorrer, mas é facilmente evitável com o cozimento pleno da carne.
O “caramelado” da receita vem do uso da glicose (alguns chamam de glucose) de milho. Hoje existem diversas marcas que fabricam o ingrediente, mas antigamente só tínhamos o popular Karo ®. O produto foi elaborado nos EUA em 1902 e o seu nome é uma homenagem a esposa do criador, de acordo com o site do fabricante. Além disso, o site acrescenta que a marca só chegou ao Brasil em 1933, importada dos americanos. Sua fabricação no Brasil somente aconteceu a partir de 1946. Esse tipo de alimento é muito conhecido nos Estados Unidos com syrup (tradução literal xarope).
Existem diversos syrups e o da receita é conhecido com corn (milho) syrup. Talvez a principal estrela da categoria seja o Maple syrup. Maple em português significa Bordo ou Ácer e é o nome da árvore do qual o xarope é extraído. A árvore é bastante popular no Canadá, aliás a sua folha aparece na bandeira do país. Talvez por causa disso, o Maple canadense seja considerado o melhor do mundo. E é realmente muito bom. Para falar a verdade já tentei usar o famoso syrup na receita do lombo e não ficou tão gostoso. O lombo apresentou uma consistência mais dura do que a obtida com a glicose. Se você tem Maple syrup em casa, surgiro guardar para comer com pancake. Mas essa receita fica para outro post…
Abaixo apresento a receita do lombo. Não tem mistério, é bem fácil de fazer.
Bom apetite!
Receita de Lombo Caramelado (mp3 / pdf)
Ingredientes
1 lombo de porco (entre 1 e 1,2 Kg)
1 bisnaga de glicose ou glucose de milho (360 gr)
1 bisnaga de mostarda (190 gr)
100 gr de manteiga
quanto basta de sal
quanto basta de pimenta do reino
Modo de Preparo
Em uma assadeira retangular coloque o lombo temperado com sal e pimenta. Cubra com a mistura da manteiga derretida, mostarda e glicose. Leve ao forno pré-aquecido a temperatura média até que o lombo esteja completamente cozido (cerca de uma hora).
Observações
- A assadeira correta é fundamental (ver fotos do post). Precisa caber o lombo de forma que fique coberto pelo molho. Ele cozinha dentro desse molho;
- Manteiga pode ser substituída por margarina. Não gera um prato tão gostoso, mas com menos gordura.
ChefRS » Filé na Mostarda disse
22 outubro, 2009 @ 15:03
[…] quanto ela é picante, seu uso como condimento de carnes é excepcional, como pode ser observado no post do Lombo Caramelado. Na receita de hoje, a mostarda junta-se ao creme de leite fresco e ao filé mignon produzindo um […]